O calor
/O calor cala a cena habitual,
inunda de nudez e estátuas
as nossas novas instalações.
Despromove o equilíbrio fantasioso do corpo.
Instaura uma regra movida a indisciplina,
uma vida de estilo barroco minimal.
Há um anjo na personalidade utópica da ventoinha.
As horas adoecem por aí. Algumas, mais exageradas,
chegam mesmo a morrer,
sem darmos por isso.
Os animais não dormem: derramam
lentamente o seu instinto
amador.
As faces abandonam o seu âmbito
mais ou menos prestável
e pedem pão e liberdade
às portas das grandes desfigurações.