Elegia
/I
Este linho retorcido
Do céu de Novembro.
Na sombra aprumada
Agradeço o muro.
As unhas crescem,
Antigas como vinho.
O pão, por repartir:
O teu corpo intacto.
Não queiras repetir o coração.
II
Uma outra escrita,
Qual escuro Escuro risco.
E demorada, como
Fios do teu cabelo,
Esse arame sedoso
Onde abro os pulsos.
Não queiras repetir o coração.
III
Não, não mereço
O teu olhar: os corpos
Despenhados na elegância
Dessas jazidas de vidro,
Frágil amontoado de fósforos.
Vai, parte com a luz.
Não queiras repetir o coração.
IV
Maré alta na pupila:
Palavras promissoras.
Altos promontórios,
Onde levam as águas,
Se não sei o que vejo
E como te Ver?
Não queiras repetir o coração.