Peças de Agrigento
/Peças de Agrigento
Quando o banquete caiu sobre os mortos,
já não havia mundo.
Os olhos que, torpes, insanos, abriam o pão,
comutavam com a noite o seu estado longínquo
e nada se via nos veios da carne do cordeiro
que se abria no chão.
Como um longo lamento,
a sede chegou primeiro e no fim.
Sangraram como os bodes antes de Cristo,
e deixaram os ossos ao fundo do mar.
Um dia, de volta, os Gregos,
Ghirlandaio,
os árabes e as rotas,
entre as bacias e as rochas,
à boca do Mediterrâneo.
As catacumbas
saltaram como peixes
nas faldas da água,
porque a terra tremeu
sem que se ouvisse,
até abrir.
Os corpos dobraram
para morrer juntos
e o frio cedeu inteiro
sob a canícula e a luz.
Quando partiram,
eram da areia.
O vento cegou a manhã
que debutava.
Era Bizâncio,
os nomes começados e o destino.
As tumbas, hoje,
como moldes, visitas entrecortadas
do abandono.
Ovos que o tempo desfez,
desde a fusão.
Silêncio como sarcófagos,
orlas na vez do mar.
Oramos por um tempo inteiro,
como o passado, primórdio,
que abriu o mundo,
não fosse circuncidado o tédio,
desde os macacos.
Como se o mundo não se pensasse,
porque se deu a ver,
escoamos nas imagens,
escuros, de um só lado,
com mãos de cacto.
Se uma janela se abrisse no centro do sol:
da cegueira próspera, finalmente o olfacto.
Seco, como o ânus,
o conhecimento
que propaga.
Oh,
lugar metafísico, onde estás?