Um poema de Ottiero Ottieri sobre a morte de Pasolini
/Tradução: João Coles
Pasolini morreu,
mas apesar da sua morte
nunca me resignarei.
A sua morte
é mais absurda do que a minha.
Como é possível ser mortal
o autor de obras imortais?
Onde está ele, entretanto?
Pode relê-las?
Saber que as escreveu?
Tem olhos?
Ou desapareceu totalmente
no nada? Também o nada
é alguma coisa.
Onde é? Sabem onde é?
Quero muito saber.
In Il poema osceno, Longanesi, Milão.
Pasolini è morto,
anche se della sua morte
non mi rassegnerò mai.
La sua morte
è più assurda della mia.
Come è possibile che sia mortale
l’autore d’opere immortali?
Dov’è, intanto, lui?
Può rileggerle?
Sapere che le ha scritte?
Ha occhi?
O è totalmente scomparso
nel nulla? Anche il nulla
è qualcosa.
Dov’è? Sapete dov’è?
Voglio assolutamente saperlo.
In Il poema osceno, Longanesi, Milano