Pietà Brava

Pietà, Michelangelo (ca.1498), Museus do Vaticano, Roma

Pietà, Michelangelo (ca.1498), Museus do Vaticano, Roma

Por vezes para chegar é preciso que seja longe.

 

 

Bravura a desse olhar parado,
o primeiro depois do último,
onde encontrei as melodias secretas
de forasteiro, como só forasteiro pode ser
o amor. Faz apetecer murmúrios à boca sem boca,
o tocador de salmos, a letra fria, milenar, entretendo o silêncio.
O sopro recolhe-se. A voz extingui-se, pois é o corpo que sempre prova
a bondade e a justiça. A pietà colhida da terra cultivada, ébria de fome,
de breu incauta,
Tão brava,  tão brava.