Três poemas de Paladas de Alexandria
/Paladas de Alexandria
Tradução: Hugo Pinto Santos
A partir das traduções de Peter Jay & Tony Harrison
A filha do gramático,
tendo-se flexionado com um homem,
deu à luz os seus filhos — masculino,
feminino e neutro.
Paladas de Alexandria (a partir da tradução de Peter Jay)
*
Os nomes têm declinação, os gramáticos declinam.
Vou vender estes meus malfadados livros,
o meu Píndaro, o meu Calímaco, tudo.
Sou um ‘caso’ perdido. Foi a pobreza que me aconteceu.
Doroteu despediu-me
e diz mal de mim pelas costas.
Ajuda-me, Téon, ou a única coisa entre mim e
A pobreza será um &.
Paladas de Alexandria (a partir da tradução de Tony Harrison)
*
A morte é uma dívida que todos detêm,
e se durarás para lá desta noite, quem sabe.
Aprende, então, a lição, e dá-te por grato
pelo vinho e a companhia e bares abertos toda a noite.
A vida encarreira-se para a cova a largo passo,
por isso bebe e ama, e deixa aos Fados o resto.
Paladas de Alexandria (a partir da tradução de Tony Harrison)
The grammarian's daughter,
having declined with a man,
gave birth to children — masculine,
feminine, and neuter.
(a partir da tradução de Peter Jay)
*
Nouns and poor grammarians decline.
I’m selling off these rotten books of mine,
my Pindar, my Callimachus, the lot.
I’m a bad ‘case’. It’s poverty I’ve got.
Dorotheus has given me the sack
and slanders me behind my back.
Help me, Theon, or all that’ll stand
between poverty and me’s an &.
(a partir da tradução de Tony Harrison)
*
«Death's a debt that everybody owes,
and if you'll last the night out, nobody knows.
Learn your lesson then, and thank your stars
for wine and company and all night bars.
life careers gravewards at a breakneck rate,
so drink and love, and leave the rest to Fate»
(a partir da tradução de Tony Harrison)