A MINHA CONA SABE A PEPSI COLA
/“I know your wife and
she Wouldn’t mind”
Lana Del Rey
Sabes bem o que dirá a Lourdes das Couves
quando sair da Missa das 10h, depois de, com
aqueles olhos enormes de coruja velha, fo-
tografar toda a roupa vestida pela vizinha:
um sapato alto, novo, vermelho, que feio!
A mala era pele de tigre ou girafa e o pobre
miúdo era, entre todos, o mais mal vestido!
Ir à missa sempre foi uma missão de risco,
encontrar beatas e puritanas que nunca
levaram com uma bofetada decente nas
fuças. Mas, enquanto há tempo há vida!
Eu era a puta, a puta, porque não ficava
em casa, porque preferia sair e tomar a
maldita Pepsi cola que a cabra viu um dia.
A beata, Maria das couves, espalhou pela
Vila que eu bebia Whisky! Tinha, segundo
ela que participar na cartografia da rua:
quem saía, com quem saía, como saía,
que vestia, que comprava, e não ficava
por aqui o relatório! “Grande vaca!” era
eu a pensar já na cama de Castigo, um
castigo imposto por uma mãe que lhe dava
ouvidos. Velhaca, não há palavrões que
cheguem para lhe atirar, hoje, à cara.
A partir daquele dia nunca mais bebi
Pepsi cola! A minha cona deixou de ser
doce para o bico do marido dela, que
me cobiçava, feito Bulldog, quando eu
passava. Como rapariga rebelde que
sou, passei a beber do amargo Whisky!
Ser Puta, por meio copo, mais vale ser
Puta por copo inteiro. A grande Vaca!
Barbara Stronger
04.01.2019
Joan Crawford & Pepsi