Gwendolyn Brooks: "meus sonhos, minha obra, têm que esperar até depois do inferno"

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Deixo meu mel e meu pão bem guardados
Em vidrinhos de vontade, no armário certo.
Anoto o que tem dentro, fecho com cuidado
E peço à tampa: Aguenta até eu voltar do inferno.
Estou com muita fome. Estou incompleta.
E sabe-se lá quando vou jantar de novo.
Todos só me dizem a palavra Aguarde,
Que luz mirrada. Fico de olhos vivos,
Esperando que, quando meus dias de cão terminarem,
Deixando o bagaço da dor, e eu voltar
Nas pernas que me restem, com o coração
Que eu ainda possa, e lembrar de ir para casa,
Não terei perdido o meu paladar
Para o mel e o pão que a antiga pureza amava.


my dreams, my works, must wait till after hell

I hold my honey and I store my bread
In little jars and cabinets of my will.
I label clearly, and each latch and lid
I bid, Be firm till I return from hell.
I am very hungry. I am incomplete.
And none can tell when I may dine again.
No man can give me any word but Wait,
The puny light. I keep eyes pointed in;
Hoping that, when the devil days of my hurt
Drag out to their last dregs and I resume
On such legs as are left me, in such heart
As I can manage, remember to go home,
My taste will not have turned insensitive
To honey and bread old purity could love.