Os nomes da Rosa
/“A forma é o traço do informe”
Plotino
I – MARIA
Corpo de mulher rico
em beleza e doçura
Antigo nome de mãe
luz que anuncia em
calmas e singelas tertúlias
a atenção e o perdão
II – MARTELO
Acolher, digerir as palavras
do jovem bardo, distribuí-las em
seguida, exige a mesma força
para manobrar o martelo
primordial, a bigorna e o fogo.
Martelo sem e com mestre:
O mestre usa máscara, tem máscara, é máscara.
Os martelos velozes, as grandes flores
dispersas sob as longas barbas dos metrosíderos:
Rosas, sombras de rosas
num longo e doce lago de verão onde a doçura
jaz eternamente estendida.
III – INVISÍVEL COGNOME
Os bons professores são sempre
uma mistura de doçura e força
lançam faíscas ardentes em
vastas planícies secas:
renascentes películas Malickianas.
(28.11.2016)
Nota: Este poema, de 2016, encontra-se em “Dentes Tortos” (2017)
Rachel Ruysch - “Flores num vaso de vidro, num nicho e com um grilo”, 1700.