ERASED TATIANA

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TORN

           ado*

 

 

                      de colhão para colhão:

                        - não escapas!

                             - Sena

 

a rose

love

freedom

 

 - Glyniadakis

 

 

 

Sem

os doidos

da

compaixão

o mundo

seria

a

peste:

a morte lenta que se agarra a tudo.

É a velha

bola entre prozac e xanax.

 

O menino de bibe

liga para a mãe para apurar o grau de

bacalhau

são -

o único garante vital.

 

O país do puro pássaro é

o meu fantasma:

 viver

junto do mar

nem para

goya  -

esperança cara!

 

No inferno periférico

os

meus  filhos

nascerão ingleses

- cidadãos do mundo -

e  eu zangada

mato

a

menina

educada

a arte de habitar

a solidão de uma cozinha.

 

Abençoada

taxista da nação

poeta

neste país

de vegetação

cortada

calcula a distância certa

que nos pode salvar

o coração

enorme de

ternura sem dentes

 - falo gigante

que cresce cresce.

 

o poeta

sabe que é preciso fechar o olhos

para

poder continuar a amar.

*Apagamento, apropriação e reescrita do poema “O Retorno, 2016”, de Tatiana Faia, do seu livro: “Um quarto em Atenas” (2018). / "“TORNado” - Vítor Teves, Idealização: Setembro/Outubro; Realização: novembro de 2019.

 Nota: O apagamento, e tudo o que lhe seguiu, teve a autorização da autora do poema - Tatiana Faia.