2016 - 2017
/a praça inteira
lentamente
eu agora dentro do gelo do sonho
a baleia o chafariza catástrofe nos suspensórios
dos olhos
chibatando
arruinados pardais quando os pombos todos no chão
namoram
uma mesma direção as mãos dos pombos aleijados
meu coração
uma baleia
o botão da camisa vermelha que em algum tempo
foi se desfazer maldita em tempos diversos
o botão aquele
haveria
uma só maneira de me descobrir dentro
do que não poderia ser um sonho desde que
suposta afronta
a praça lentamente alerta
a praça inteira lentamente inteira comigo
procurávamos moedas onde a sorte em letras e
coroas
razões fissuras fogo um grito qualquer
lentamente
de cara crua
com raízes por fazer
vou me
lavar e dormir entre os teus explosivos sapatos