2 - Sirenes esgazeadas
/Sirenes esgazeadas
torrente caseira de canteiros iluminados num regresso saudoso
descobrindo estivadores lúcidos perdidos
a boiar nos copos veranis
de passageiros frequentes hirtos
que trazem o sal do oceano
em pequenas fotografias círias pálidas
se a noite é ainda a única pergunta
que a todos se nos coloca
porque nos inclinaremos então em frentes destes
se destes não mais guardamos do que
dança imprecisa
rumor antigo de uma
bem mais do que nossa
presença
mórbida
esfomeada de lares por encher com a sua doce próstata
o vagão do último metro disparado em veia quente
delirante
suada
correias de transmissão de doença encruzilhadas venéreas
mancebos fecundados alistados para o culto do fogo azul
como se os destronando um a um ouvíssemos
pelas cavernas empedernidas do nosso corpo
uma imensa orquestra de tudo o que nos rodeia gritando
uma imensa massa vulcânica sedosa
reclamando as filhas dos néscios uma a uma
nuas pelos vales de camélias de íris melosa
subitamente reaparecidas
como que um sorriso pleno
nos vales antigos
onde as máscaras destilam o ódio ao sol
primavera traidora
punhal sagrado
ferindo o rebanho de seduções temperanas
acordos mutuamente proveitosos com ansiolíticos da casa
a prata da casa como um hino nacional entoado
em directo
uma equipa de futebol piedosamente calada
vendo o estádio cheio a desmoronar finalmente
Até relinchas Patrick