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Poeta triste

Calças de pijama,
Camisola com capuz de basquetebol,
Uma chávena de chá de camomila,
Sem vontade ao uísque
(mais a um cigarro),
Uma lareira além das pantufas de avô
E o silêncio intermitente
Por um ponteiro dos segundos
Do relógio de pulso,
Enquanto o cinzento escurece,
Lá fora onde está frio
E isto é
A vida excitante de um poeta triste.

Degelo

Não me pediste nada e eu
Deixei tudo, entreguei
O meu futuro visível
Até me fazeres
Desaparecer.
Devias saber que,
Enquanto o meu corpo
Sentir o frio
Da manhã branca,
Ainda há tempo
Para renascer na
Primavera.
O verde regressará e tu
Irás com a neve
Para longe das memórias
Felizes.