Nem povo árabe, nem povo balcânico, nem povo antigo,
mas nação viva, nação europeia:
que és tu? Terra de recém-nascidos, esfomeados, corruptos,
governantes empregados de latifundiários, prefeitos reaccionários,
advogadinhos besuntados com brilhantina e com pés sujos,
funcionários liberais, canalhas como os tios beatos,
uma caserna, um seminário, uma praia livre, uma confusão!
Milhões de pequeno-burgueses como milhões de porcos
pastam empurrando-se junto aos pequenos prédios ilesos,
entre casas coloniais degradadas já como igrejas
Precisamente por teres existido, já não existes,
precisamente por teres sido consciente, és inconsciente.
E só por seres católica, não podes pensar
que o teu mal é todo o mal: culpa de todos os males.
Afunda-te neste teu belo mar, liberta o mundo.
tradução: João Coles
“Alla mia nazione”, in La religione del mio tempo, Garzanti, Milano